NAMÍBIA

AFRICA

No coração do deserto da Namíbia, uma visão quase surreal se desdobra diante dos olhos dos visitantes: as árvores conhecidas como Quiver Trees, ou Aloidendron dichotomum, elevam-se em meio à paisagem árida, suas formas exóticas e imponentes destacando-se contra o céu claro. Estas árvores, com seus troncos robustos e galhos que se bifurcam em padrões elegantes, são um testemunho impressionante da adaptação e resiliência da natureza.

As Quiver Trees, ou Kokerboom em africâner, recebem seu nome peculiar das práticas tradicionais do povo San, que utilizava os galhos ocos dessas árvores para fabricar aljavas, ou quivers, para suas flechas. Esta engenhosa utilização não só demonstra a utilidade das árvores, mas também a profunda conexão entre as comunidades locais e o seu ambiente natural.

A aparência das Quiver Trees é tão impressionante quanto sua história. Os troncos grossos e suculentos são cobertos por uma casca rugosa, que se descama em placas, ajudando a refletir o calor intenso do sol do deserto. As folhas, agrupadas em rosetas nas extremidades dos galhos, são espessas e carnudas, características típicas de plantas suculentas que armazenam água para sobreviver em climas secos. Durante os meses de inverno, as Quiver Trees produzem flores amarelas brilhantes que atraem uma variedade de polinizadores, acrescentando toques de cor vibrante à paisagem desértica.

Já entre as dunas ondulantes do Parque Nacional Namib-Naukluft que se estendem até onde os olhos podem ver, encontra-se um lugar de beleza surreal e fascinante: o Dead Vlei. Este antigo leito de lago seco é um dos destinos mais emblemáticos e fotografados do país, uma paisagem que parece ter sido esculpida por mãos divinas.

O Dead Vlei, cujo nome em alemão significa "lago morto", é uma visão de desolação e beleza única. Cercado por altas dunas de areia vermelha, o solo deste vale seco é coberto por uma crosta de argila branca, contrastando com os troncos negros e retorcidos das árvores mortas que pontilham a paisagem. Essas árvores, preservadas pelo ar seco e quente do deserto, são testemunhas silenciosas de um passado distante, quando as águas fluíam livremente por esta região remota.

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